domingo, 21 de outubro de 2012

A fórmula do amor

Relacionamentos. Está aí uma palavra que norteia diversas discussões, livros de auto-ajuda, conversas em um bar. Por que será que todo mundo tem uma “teoria” para se conquistar a pessoa amada? Homens dizem que as mulheres devem ser firmes, não podem demonstrar o sentimento ou sufocarem-nos. Mulheres querem homens galanteadores, que ligam no dia seguinte, dizem palavras elogiosas e demonstram interesse. E nessa troca de teorias, perde-se a naturalidade e cai-se em um dramalhão de autocontrole ou mesmo de atitudes superficiais que, à primeira vista, podem dizer algo, mas internamente nada significam.

Será que existe alguma "fórmula do amor"? Antes de revelar uma pequena descoberta, deixo aqui a minha teoria interna, pra não desmentir o que levantei anteriormente: seja você mesmo, não crie um personagem para agradar o outro, porque se hoje você se faz uma pessoa que não é de verdade e atrai um alguém, certamente ele ou ela não é para você, e sim para quem se assemelha ao tipo interpretado. É simples: o destino faz o papel de aumentar as possibilidades de encontro, mas, muitas vezes, antes de ele acontecer, caímos em uma “armadilha” e deixamos o verdadeiro para trás. Não se apegue demais, não acredite que daquele dia “fatal” em diante você está fadado a ser dependente de alguém. Se não o era antes, não significa que será. Essa dependência que você acredita já existir é construída ao longo dos anos, com a convivência, a necessidade de um de se somar ao outro, e não depois de trocar algumas poucas palavras ou beijos calorosos.

Muitas vezes, não entendemos porque relacionamentos duradouros acabam. Talvez seja exatamente pela descoberta de que essa “dependência” era uma fantasia interna. Consegui entender melhor essa ideia ao assistir a um famoso seriado americano, quando uma personagem mulher, de personalidade forte, respondeu às amigas que queriam entender o motivo de um relacionamento de 7 anos ter acabado. Em uma resposta direta ela trouxe à tona uma verdade simples que eu talvez não enxergara antes, com tamanha nitidez: “nosso caso acabou porque eu descobri que tenho um amor mais forte, verdadeiro e duradouro que este de 7 anos. É um relacionamento de 30 anos: comigo mesma.” Dali em diante entendi que você somente irá conseguir se sentir bem com outra pessoa quando as suas metades estiverem completas. Tá bem: acabo de quebrar aquela famosa máxima da “cara metade”. E não hesito em dizer que sim. Prefiro falar em uma completude interna, que nos acrescenta tanto ao ponto de nos tornarmos preparados para dividir um pouco do que somos com alguém. E aí, sim, nessa troca de pessoas “inteiras” se descobre uma relação madura e sadia.

Mulheres: não é preciso esconder sentimentos, deixar de correr atrás e se afogar em uma paranóia à espera da atitude do homem. Primeiramente: se vocês se amarem o suficiente já estarão livres dessa ânsia pela ação deles. Entenderão que ela virá se tiver de vir, se for sincera o bastante para romper as barreiras da vergonha, dos temores internos ou dos padrões. Homens: não minimizem todas as atitudes das mulheres como pedantes ou sufocantes. Mulheres modernas e seguras de si correm atrás de seus objetivos. E se elas querem vocês, irão procurá-los sim, por quê não? Pouco importa se vocês querem ou não levar isso adiante. Só por superar suas conspirações internas sobre o que vocês pensam delas e ir atrás para descobrir verdadeiramente, as mulheres tem o seu valor.

Não se brinca com os sentimentos, da mesma forma que não se cria tipos ou reações padronizadas sobre o que dá certo ou não. Cada pessoa tem a sua identidade, o seu traço específico, e, portanto, uma reação particular. Sair da mesmice, fugir ao que dizem por aí ser a “fórmula do amor” já é o primeiro passo para uma experiência incrível, daquelas que só se descobre o resultado quando a verdade é a catalisadora.

3 comentários:

  1. Tatiana, q primor! Q amadurecimento.

    A Iara disse q leu ontem, vim correndo conferir tb. É uma grande reflexão, uma grande mensagem. Vc está de parabens.

    Antes, qual seriado é esse? Fico curioso, nao identifiquei, embora o fato represente o ensinamento final de Sex And The City.

    Percebo q nos apegamos demais ao q falam, ao comum, ao q é padrão. Deixamos de ser nós mesmos, de nos satisfazer. Isso ocorre por medo, por vontade de se sentir incluido e amado. Porém, é tudo tão superficial.

    Por isso, acho suas palavras válidas. Só qd nos soltarmos, qd nos amarmos, qd nos conhecemos, atingiremos a plenitude e a felicidade.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada,querido! E você mostrou que realmente domina o universo dos seriados americanos: essa foi uma frase de Sex and The City mesmo! Tudo isso que "fluiu" no texto resume um pouco das minhas experiências e também dos amigos e amigos com quem divido histórias, reflexões e confidências. Junto a isso, amadurecemos e passamos a discutir melhor sobre os relacionamentos, assumindo uma postura mais ativa. E a maior das descobertas está em um único conceito: ser inteiro e verdadeiro. Somente quando estamos preparados e bem conosco é que conseguimos abrir espaço para alguém chegar - e querer ficar. Beijão!

      Excluir
    2. Sinceridade é palavra-chave. E principalmente ser sincero em relação a si mesmo. Percebo q ser uma pessoa melhor, mais calma, mais verdadeira perpassa o auto-conhecimento. Só assim seremos inteiros e verdadeiros, podendo ser mais ativos pra fazer a diferença.

      Fiquei feliz por ter 'acertado' Sex And The City. Foi meu primeiro seriado, foi o que abriu minha cabeça. E abre até hj. É série feminina, mas mostra como temos de melhorar sempre, buscar a todo tempo e se conhecer. É neste sentido q a Samantha é primorosa. Sabe o q quer, nunca escondeu isso. Tento caminhar para alcançar isso.

      Excluir