sexta-feira, 29 de julho de 2011

Retalhos de um conselho amigo

Uma visão sobre idas e vindas do amor que pode ser aplicada a situações e contextos diversos...

Muitas vezes não entendemos o rumo que os acontecimentos tomam em nossa vida e só vamos compreender quando já estamos em outra situação futura, e ali visualizamos nitidamente o quão importante foi o percalço do passado. NADA É POR ACASO, nem os sortilégios e nem as decepções. Tudo tem um sentido, talvez não muito claro a nós porque não conseguimos racionalizar sobre todos os acontecimentos. Somos (e devemos ser) metade emoção e metade razão. Quem pende demais para o lado racional e quer encontrar as respostas, se vê em um labirinto onde a dor é a frustação de não conseguir ter um controle maior sobre os fatos e suas consequencias. Já quem estende demasiado à emoção, se perde na ingenuidade de ser "trapaceado" pelos imprevistos que o destino nos apresenta. Por isso, por mais que seja dolorosa a ruptura, tente se manter em equilíbrio. Somente quando as coisas estão em seu lugar certo é que conseguimos visualizar melhor os horizontes. ("Epifanado" em 27/04/10)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Momento Clarice




Pensei em temas, viajei pelo meu mundo mais íntimo, observei gestos, palavras... Discuti sobre sentimentos, busquei extraí-los das mais inimagináveis situações e nada... Como eu poderia escrever um texto sem ter, ao menos, um tema? Como as palavras poderiam brincar no papel, dando um sentido que fizesse o leitor mergulhar nas entrelinhas, acionar o seu imaginário e encontrar, enfim, uma motivação para continuar a decifrar os vocábulos?

Mas, então, surgiu-me Clarice. Sim, a célebre escritora Clarice Lispector. Forte, decidida, uma verdadeira amiga íntima das palavras e do que há de mais belo e, ao mesmo tempo, inquietante na essência humana. Ela foi a minha inspiração para iniciar os “rabiscos digitais”. Deste decidido ponto de partida, encontro o “tesouro” ambicionado: a frase, inspiração maior – “Minhas desequilibradas palavras são o luxo do meu silêncio”. Era isto! Eu precisava delas, as palavras, para dar molde ao meu silêncio... Complexo? Paradoxo? Poderia ser se eu não me dispusesse a testar a teoria. Em pouco mais de dez linhas instantaneamente preenchidas, encontro uma paz esquecida, um afago que somente elas, as palavras, podem me trazer. Posso pensar não estar sentindo nada... Mas elas traduzem por mim: não há vazio que não seja inteligível. Ele também pode nos indicar a necessidade iminente de ser preenchido por algo, por certo, um objeto de desejo.

Quem vive sem desejos? Quem é capaz de abandonar a intermitente mania de imaginar um futuro, tentando inserir personagens, conquistas, estados de espírito...? E são eles: os fragmentos de pequenas previsões instantâneas que começam a se soltar deste silêncio. Quis ser, quis ter, quis estar. E cá estou eu. Descobrindo que pouco ou nada destes estilhaços de um futuro longínquo tem significado agora. O que eu vivo, o que eu sinto, é que deveria importar. Choque de realidade!

A palavra, o verbo, a ação, a motivação. Ela me mostrou que de nada vale se sustentar em devaneios, quando se perde do que se vive, do que se quer viver agora. Esquecemos que somos felizes, que estamos felizes, simplesmente porque sequer nos dedicamos a refletir o presente, a desfrutá-lo com toda a convicção de que cada minuto vivido é uma memória eterna. O que não se viveu, não se pode eternizar...

Já não sei mais onde estou ou deveria estar neste “esconde-esconde” temático. O sono se mistura ao instigante silêncio da madrugada... Os devaneios reaparecem e me perco entre a tentativa de descobrir se estou desperta ou quase mergulhada em um universo onírico, e, por certo, surrealista. De real, a epifania de hoje: quero viver e entender. Quero viver e saber. Quero viver e eternizar...

E novamente ela, Clarice:

“O que eu sinto eu não ajo.
O que ajo não penso.
O que penso não sinto.
Do que sei sou ignorante.
Do que sinto não ignoro.
Não me entendo e ajo como se entendesse...”

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A equação da vida

A arte de escrever poderia ser melhor traduzida na difícil façanha de materializar sentimentos... Em meio a emoções, dúvidas, pensamentos e devaneios, a gente pega uma folha em branco e começa a lapidar um estado de espírito, tracejando, passo a passo, o que está latente em nosso interior...

(...)

Dizem por aí que você atrai aquilo que transmite. Emissões de boas energias atraem acontecimentos aprazíveis, ao passo que pensamentos negativos e, acima de tudo, ofensivos, se tornam a mola propulsora para um “acaso” de infortúnios... Passei um tempo refletindo bem esta máxima e, após vivenciar situações e refletir sobre o que cada uma delas me trouxe de conseqüência, passo a entender melhor o que seria essa lei de canalização de energias.     

Ontem ouvi de um amigo uma comparação do que seria a vida que achei a mais simples e mais profunda que já tive acesso. Para ele, a vida seria como uma equação de matemática: um número inserido erroneamente ou um pequeno cálculo ilícito, põem todo o resultado a perder. E com a nossa vida não é diferente: quando inserimos sentimentos, pensamentos e, principalmente, atitudes corrosivas, podemos até conseguir um “atalho” para um resultado parcial. Mas ao final mesmo, as atitudes justificarão a conseqüência: de alguma forma, o mal se manifestará. Porque não se passa nessa vida em branco. O mal não deixa de se ganhar o seu “status” quando é acionado; cedo ou tarde, ele reaparece, talvez até mais forte que quando foi utilizado. Assim também é a benevolência. Você pode gastar muito tempo agindo de boa fé e canalizando boas energias, sem ver um resultado concreto. Mas, curiosamente, o bem costuma vir em hora ainda mais apropriada que o mal: ele aparece quando a gente menos espera, nos prega uma “peça”, deixando-nos maravilhados com a equação da vida!

Escreve aqui que vive e já viveu experiências inúmeras... Quem já recebeu o bem e também já se viu confrontada pelo mal... Mas, que, acima de tudo, teve a paciência de fazer a equação da maneira mais retrógada... Passo a passo, número por número. Confesso que já tive que usar a borracha diversas vezes, mas é aí que se encontra um dos maiores espetáculos da vida: ela nos permite pequenos ensaios antes da grande apresentação. Você pode pensar  antes de agir, buscar o perdão quando magoou, correr para corrigir uma falha ou se oferecer em sacrifício por um mal que plantou. E quando eu falo em “sacrifício”, não me refiro a algo forte ou deveras penoso. Quem realmente ama, abre mão de certos vícios ou quereres em prol do outro, seja doando um pouco de seu tempo para ouvir um amigo que está em aflição, seja praticando a caridade com um desconhecido ou desfazendo-se de algum bem para provar que, antes de tudo, o mais importante é SER, e não TER.

É preciso uma busca incessante por se tornar uma pessoa melhor; e não apenas uma busca individual, egoísta. Descobri que ninguém é capaz de viver sozinho. Precisamos uns dos outros para completar nossas qualidades, para aprimorá-las e aprender sempre mais. E o mais incrível é que, muitas vezes, são as pessoas que, ao longo da vida, vão nos lapidando, que, lá na frente, tem o prazer de nos entregar de volta o bem que plantamos. E não tem gratidão maior que esta, de ver o quanto é bom ser afortunado por contar com seres humanos exemplos em nossa jornada. Não perca tempo. Busque oportunidades de pulverizar boas ações e vibrações nas vidas das pessoas. Esqueça aquelas que te magoaram ou ofenderam e viva de maneira que a sua presença tenha um significado na existência de cada um que cruzou o seu caminho. Deixe boas marcas, ou então, as mesmas marcas doentias que espalhastes, poderão correr atrás de você, e, em algum momento, quando se sentires cansado, verás o quanto não valeu a pena passar por cima de valores e princípios para se chegar a um resultado controverso.